A EVOLUÇÃO DO SISTEMA MIDI PARA CONTRABAIXOS
ELÉTRICOS
por Jorge Pescara
Existem duas maneiras de se obter controle MIDI em contrabaixos
elétricos. O primeiro é chamado de pitch-to-MIDI, que começa com a
vibração das cordas em um baixo padrão. Este sinal é recebido
pelo pickup e enviado ao dispositivo de interface, onde o sinal é,
então, analisado, digitalizado e convertido em dígitos binários. A
parte digital é agora uma informação MIDI (Musical Instrument
Digital Interface), que é repassado para um módulo gerador de
timbres que o reconhece e o sintetiza em som audível. Este novo som
é correspondente ao pitch e volume da vibração original da corda,
mas também pode ser: keys, dynamics range, etc. Esta descrição
serve para os modelos da Roland (G33B, G77B e GK2 MIDI pickup), além
da Yamaha (B1-D) e Axon AX-100 Blue Chip.
No passado tivemos alguns
modelos que por possuírem atraso muito significativo de sinal já
não estão entre nós, como o Oncor Touch Digital Bass BGS4000 no
final dos anos 70. Instrumento que dispunha de um synth circuit,
touch sensitive frets, touch pads (teclas ao invés de cordas), touch
sensitive pitch bender, circuito onboard, além de ajustes de filter,
cut off, frequency, volume, 2 LFOs (Low Frequency Oscilators) para
vibrato e parâmetros de envelope como attack, decay e sustain. Outro
ancião foi o Zeta BC440 Bass Controller, que transmitia as
informações MIDI em canais individuais e possuía afinador, teclas
para endereçar as informações de bend independente por corda,
velocity mode, modulation wheel, peak, track, etc. Hoje em dia temos
os modernos Ztarr ZBass
que apesar de não possuir sons internos,
somente disparando informações MIDI, não requerem cordas, apenas
teclas e são excelentes controladores de sons. Vejamos alguns
exemplos de ficha técnica dos contrabaixos e dispositivos MIDI
existentes no mercado.
ROLAND G33BASS & GR 33B
modelo: Solibody Electric Bass synth controller
Corpo: Ash
Acabamento: Acrílico
Braço: Maple
Espelho/Escala: Rosewood
Trastes: 21 jumbo
Capostraste: Polycarbonato
Tarraxas: Gotoh
Ponte: Roland (ajustável)
Pickup magnético: Single coil Roland
Controles: Master volume, pickup balance, guitar tone,
synth/guitar balance, cutoff, edit, LFO, modulation intensity,
3-position mode selector, two modulation touch plates on quad pickup.
Extensão total da escala: 34¨
Tensor: ajustável no corpo
Peso: 9lbs
ROLAND G77BASS & GR77B
Modelo: Solibody Electric Bass synth controller com stabilizer bar
Corpo: Alder
Acabamento: Acrílico
Braço: Maple
Espelho/Escala: Rosewood
Trastes: 21 jumbo
Capostraste: Polycarbonato
Tarraxas: Gotoh
Ponte: Roland (ajustável)
Pickups magnéticos: 2 Single coil Roland
Controles: Master volume, pickup balance, guitar tone,
synth/guitar balance, cutoff, edit, LFO, modulation intensity,
3-position mode selector, two modulation touch plates on quad pickup.
Extensão total da escala: 34¨
Tensor: ajustável no corpo
Peso: 9lbs
VALLEY ARTS MB4 MIDI BASS SYSTEM
modelo: MIDI Bass controller
Corpo: Ash
Acabamento: Acrílico
Braço: Maple
Espelho/Escala: Rosewood
Trastes: 21 jumbo
Tarraxas: Gotoh
Pickup magnético: EMG P
Pickups MIDI: dois sistemas entrelaçados 1) Sensores de pitch
FretWire; 2) Um transducer para cada corda próximo à ponte.
Controles: Attack Sensitivity, Velocity, 3-position Finger-Style
Switch, On/Off Switch for Velocity Sensitivity, 3-position Octave
Switch, 2-position for Poly or Mono mode.
Extensão total da escala: 34¨
Tensor: ajustável no corpo
Peso: 9lbs
MB4 Módulo: MIDI out, 600Ohm line audio out, inputs for
modulation pedal, sustain hold pedal, patch selector pedal, external
power supply.
PEAVEY MIDIBASE
modelo: MIDI Bass synth controller com rackmount interface
Corpo: Poplar
Acabamento: Acrílico
Braço: duas partes em Maple parafusado
Espelho/Escala: Rosewood com Lexan Overlay
Trastes: 21 jumbo
Capostraste: Graphlon
Tarraxas: Peavey enclosed
Ponte: Peavey com MIDI pickups embutidos
Pickup magnético: dois Peaveys humbucking active soapbars +
quatro Peaveys MIDI pickups (uma para cada corda)
Controles: Magnetic pickup volume, Blend, Tone, MIDI volume,
Program switch.
Extensão total da escala: 34¨
Tensor: ajustável no headstock
Peso: 9lbs, 4oz.
YAMAHA B1D & G50 MIDI
G50 Guitar Midi Converter Interfaces para contrabaixos de 4, 5 ou
mesmo 6 cordas
Bass Guitar Spacing: 4str 17-20mm; 5str 18-20mm; 6str 18-19mm
Dimensões do Pickup B1-D: 152.8x11.0x7.3mm
Peso do Pickup: 78g
O B1-D deve ser ligado diretamente ao G50 MIDI converter.
ROLAND VBASS & ROLAND GK-2B
Construído em uma resistente base de metal e um belo acabamento
em cor grafite-gelo, o Virtual-Bass possui quatro footswitchs para
acessar os 160 presets, além dos 100 user presets que salvam as
configurações do usuário, dois foots up & down para subir e
descer entre os banks de programas, um foot control e um expression
pedal (tipo pedal de volume) para comandar os efeitos em real time. O
V-Bass comporta dois jacks de saída (um XLR/Canon e um ¼¨/P10)para
ligar o processador ao console do estúdio de gravação ou mandada
de P.A., por um lado, e para o amplificador de contrabaixo ou power
amp, por outro. Dois inputs diferentes sendo um DIN 13 pinos da
Roland para receber o pickup GK-2B e o outro input um P10. O input 13
pinos permite ao usuário ter acesso a todas as funções do
aparelho, tais como efeitos polifônicos e o COSM Bass technology. A
entrada P10 pode ser usada com um cabo comum de guitarra servindo
apenas para as sessões Bass Amp Modeling e Effects. Nesta última
sessão o V-Bass comporta a maioria dos efeitos prioritários aos
baixistas: Wah, Distortion, Compression, Delay, Chorus, Reverb, Synth
Bass sounds, Polyphonic effects e Wild sound effects. Pode-se
selecionar, através de um comando simples, se o instrumento for de
4, 5 ou 6 cordas. Um enorme display digital indica as páginas e
locais a serem comandados. Um total de 25 botões e mais um dial
giratório operam a máquina. Uma poderosíssima ferramenta
timbrística que, bem utilizada, proporciona infindáveis
possibilidades. O que o V-Bass faz, e muito bem, é controlar e
converter o sinal analógico do contrabaixo em digital para, com
isto, comandar sons sintetizados, efeitos polifônicos, disparar
timbres sampleados diversos e modelar o timbre original do
instrumento, para recriar, ou melhor emular a sonoridade de vários
tipos de contrabaixos conhecidos, tais como Fender, Yamaha, Warwick,
Wall, Pedulla, Ernie Ball, G&L além de outros baixos elétricos,
acústicos, baixolões, fretless, nylon strings, tipos e modelos de
microfone (Condenser, Telefunken, Beyer, etc) e pickup magnéticos ou
piezoelétrico (Bartolini, EMG, Seymor Duncan, Schaller, etc
humbucking, precision, jazz bass, soap bar, etc), amplificadores
valvulados ou transistorizados das grifes Hartke System,
Gallien-Krueger, Trace Elliott, EBS, Fender, Acoustic360, Ampeg, SWR,
Hughes & Kettner e outros. Pode-se, inclusive, indicar ao
aparelho, a localização virtual dos pickups.
Muito semelhante aos pickups anteriores de guitarra MIDI da
Roland, o GK2-B é composto por uma barra plástica com pequenos ímãs
espaçados em seis locais, para acomodar baixos de até 6 cordas. Um
fio posicionado estrategicamente no centro do mesmo, leva o sinal até
uma pequena caixa transmissora que, por sua vez, emite os sinais para
o controlador ou conversor MIDI, através de um cabo próprio
composto por um plug DIN de 13 pinos. Nesta caixa existem controles
para acessar banks e presets, além de controlar o volume do sinal
original analógico e do digital. Um jack de saída analógica pode
somar os dois sinais. Este dispositivo é importante se o músico
quer aproveitar tudo o que o V-Bass tem a oferecer, ou seja,
infindáveis possibilidades polifônicas: um timbre para cada corda,
um efeito diferente para cada nota, uma afinação alternativa em
pleno vôo, etc.
MIDI BASS SETUP DOS FAMOSOS
O set up de
Bunny Brunel consiste de baixos Gibson de 4 ou 5
cordas desenvolvidos por Roger Giffen. Estes baixos possuem pontes em
piezoelétrico construídas por Rick Turner (ex-Alembic), saídas
individuais para cada corda, com um micro mix, ou seja, cada corda
tem seu potenciômetro de panorâmico, resultando em uma saída
estéreo real de dois canais. Em adição, um sistema elétrico
através de preamp onboard criado por Bob Wolstein, da Wolstein Labs
California, e uma saída direta para cada corda, usada em gravações.
O conversor é um Max pitch-to-MIDI interface. Este sinal, já
convertido, vai para quatro módulos sintetizadores: Yamaha TX816,
Korg M1, Kurzweil PX1000 e Oberheim Matrix 1000. O sinal MIDI é,
então, mixado ao som original do preamp e adicionado aos efeitos do
Yamaha SPX90 e do Korg A1. Finalmente, tudo isto desemboca em um
stack system PB900 amp da Carvin.
O set up de
Brian Bromberg começa com baixos Robert Mick Guitars
Piccolo com pickups
Photon/Bartolini e ponte Kahler Whammy Bar
(alavanca). Este sistema de captação funciona através de emissão
de infra-vermelho (portanto os pickups Lightwave, que também
funcionam da mesma maneira, já haviam sido antecipados em 1986 pela
Photon e em 1992 pela AudioOptics QED). Bromberg possui, ainda, um
baixo Robert Mick piccolo com pickups Roland Quad synthcontroller e
um Peavey CyberBass. A conversão do sinal MIDI é feita através de
um Gibson Labs Max system ou um GR700 guitar synthesizer, que enviam
o sinal para os módulos Peavey V3 Tone generator, Oberheim Matrix
1000 analog synth module, Oberheim Matrix 1000 e Yamaha TX816. O
sinal MIDI vai para um Roland M16E mixer e é, finalmente, enviado
para um extenso sistema de amplificação da Peavey.
O sistema MIDI de
Alain Caron (que já usou um GR77 MIDI Bass),
conta hoje em dia com um baixo F Bass de 6 cordas fretless com pickup
GK1 adaptado e um baixo Michel Fournelle piccolo de 5
cordas com
sistema piezoelétrico RMC na ponte. Um ancião Roland GM70 funciona
como conversor MIDI para o 6 cordas, enquanto um GR50 controla o
piccolo de 5 cordas. Estes enviam os sinais para os módulos
sintetizadores Korg Wavestation, Roland D50, Roland S330 e Roland
S550 sampler, indo depois para um patchbay MIDI Akai ME30-PII
programável (contendo 7 entradas e 6 saídas) e finalmente os
multiefeitos Korg, Peavey, DigiTech 128plus, Boss compressor/limiter
minirack, e um Scholz Rockman específico para solos no piccolo. Os
programas MIDI são controlados através de um Roland FC-100 foot
controller, enquanto os acordes são trigados e endereçados em um
MIDI step keyboard foot controller. Toda esta verdadeira parafernália
eletrônica passa por um sistema SWR com duas caixas full range
18¨+10¨+horn.
usuários:
Bunny Brunel (Chick Corea), Phil Lesh (Grateful Dead's), Alain
Caron (Uzeb), Brian Bromberg (Solo)
O segundo approach é o sistema WireNeck, que utiliza-se de um instrumento especialmente construído (ou adaptado) com dispositivos eletrônicos instalados no braço e nos trastes. Isto faz com que a conversão das notas tocadas ocorram direta e imediatamente em comandos digitais sintetizados, com informação de velocity tomada da amplitude da vibração da corda. A principal vantagem deste sistema é que não precisamos esperar a vibração completa da corda par que o som seja analisado e convertido. Com isto o tracking melhora (entenda-se: o atraso do sinal convertido em som é bem menor). Este é o caso do Valley Arts MB4, e os Peaveys MIDIBase e CyberBass, instrumentos que, com esta eletrônica, conseguem diferenciar as nuances timbrísticas de técnicas distintas como slap e tapping além de interpretar velocity, attack e tone.
KYMA
A exótica sonoridade MIDI de John Paul Jonesnos álbuns Zooma e Thunderthief
John Paul Jones (www.john-paul-jones.com) não é um
contrabaixista como qualquer outro. A começar pela banda que
representou décadas atrás: Led Zeppelin! Nascido em Sincup, Kent,
Inglaterra em 3 de Janeiro de 1946 John Baldwin (seu verdadeiro nome)
iniciou uma vitoriosa carreira como músico de estúdio gravando
baixos, teclados, pedal steel, arranjando e produzindo álbuns antes
de aceitar um convite de Jimmy Page para formar o Zep. Foram pouco
mais de onze anos comandando o baixo e os teclados do grupo, com um
número equivalente de discos (Led Zeppelin I, II, III, IV, House of
the Holy, Presence, Physical Graffiti, The Song Remain the Same, In
Through the Out Door e o último Coda, todos pela Atlantic records).
Na virada do século, após algumas participações em discos de
outros artistas tais como: Peter Gabriel “So”, Paul McCartney
“Back to the Egg”, “Give My Regards to Broad Street”, e
Diamanda Galás “The Sporting Life”, John resolveu voltar aos
palcos comandando sua própria banda. Na verdade um trio instrumental
composto pelo próprio JPJ nos vários baixos, bass pedal steel
double neck, mandola, órgão Hammond além de comandar os efeitos em
real time; Geoff Dugmore na bateria e Nick Beggs (ex-Kagagoogo) no
StickBass e StickMIDI. Interessante composição de palco deste
inusitado trio. Quando John está no baixo, Nick faz a harmonia,
melodia e solos guitarrísticos com seus Stick stereo MIDI usando
patches sintetizados diversos, porém quando JPJ está solando, ou
mesmo executando outros instrumentos como Hammond, Lap Pedal Steel
Bass e Mandola, Nick assume o papel do groove de contrabaixo com a
mão esquerda nas cordas graves, mantendo a direita na harmonia ou
solos tudo com a técnica de tapping. No final de 1999 era lançado o
Cd instrumental Zooma de John Paul Jones (distribuído no Brasil
através da Voiceprint www.voiceprint.com.br), gravado e mixado em
seu super estúdio particular “Malthouse”, por ele próprio e seu
engenheiro de áudio Richard Evans, fato que pode se tornar um marco
na concepção sonora de gravação para contrabaixo na atualidade.
O BASS SETUP DE JPJ
O set up atual de Mr. JPJ, para seus shows solo, é composto
basicamente de um par de amplificadores SWR SM-900 dirigindo duas
caixas SWR Big Ben 1x18¨, e um par de SWR Goliath 4x10¨, para os
graves e médios sendo que o captador de agudo de seus baixos Manson
são amplificados (e distorcidos) por um Soldano Decatone guitar amp
que também suporta um TC Electronic G-Force para efeitos diversos.
Completam o quadro os seguintes instrumentos: Manson doubleneck lap
steel bass, Manson tripleneck nylon guitar/baritone nylon
guitar/mandola, Manson Mandola Bass (G D A E, do grave ao agudo!),
Manson electroacústico (baixolão) 8 cordas (duplas EE AA DD GG), e
os baixos Manson 4 cordas, 8 cordas (duplas BB EE AA DD), 10 cordas
(EE AA DD GG CC), 12 cordas (BB EE AA DD GG CC), todos com saídas
independentes stereo para captadores e circuitos EMG e sistemas de
Leds Sims, tudo interligado por cabos MITRipcords e MIT Gas
Terminator nas caixas acústicas. Porém o que mais chama a atenção
nos palcos por onde o trio de John Paul Jones passa e,
principalmente, para quem ouve o Cd é o sistema completo de edição,
gravação, síntese, sampling, efeitos e adereços, de um programa
de computador chamado Kyma.
“
Bem, não existem tantos overdubs, assim, como você possa
pensar (no Cd Zooma). Eu gravei a maioria das faixas com os baixos
Manson, que funcionam em estéreo real. Posso, com isso, enviar o
sinal do captador da ponte através de um amp de guitarra e adicionar
algum processador, deixando o pickup do braço para um som direto e
verdadeiro de contrabaixo. Por exemplo, na faixa título, Zooma, a
parte de bridge da canção foi gravada somente com o captador da
ponte do contrabaixo processado através de um patch do TC Electronic
G Force. Isto tudo pode ser reproduzido ao vivo. Não existe a
necessidade de uma guitarra extra. Embora tudo soe como se houvesse
uma. (risos). Prefiro não ter guitarras mais no palco, desculpe Jim
(Page)! (risos) Além disso, como uso muito um baixo de 10 cordas, na
verdade um 5 cordas duplas em agudos, a sonoridade final é mais como
se quatro pessoas estivessem tocando juntas. Entretanto fiz uma
pequena dobra com o electric mandolin somente para puxar um pouco
mais o bit de uma ou de outra canção. Todos os outros sons do disco vieram do sistema Kyma, que eu levei
na tour inteira. O Kyma é um programa software que pode manipular
qualquer som. Ele recebe o sinal de áudio do baixo (ou qualquer
instrumento, voz, sinal MIDI, etc) e reage a isto ou processa o
sinal. Por exemplo, você pode acionar uma nota e triggar com algum
outro som. Este programa tem uma arquitetura flexível e assim, eu
consigo a sonoridade que quiser com ele. Na faixa Goose, aparece um
baixo fantasma na segunda exposição do tema e parece que este
segundo baixo está tocando uma harmonia, mas não é nada disto! O
que aconteceu ali foi que o sistema Kyma ouviu o sinal do meu baixo,
fez uma análise de freqüência e depois re-sintetizou-o tocando de
volta com certos parâmetros restritos. Isto eu, também posso
realizar ao vivo. Eu posso usar o programa para criar sons que eu ouço em minha
cabeça, mas algumas vezes, no final podem acontecer felizes
acidentes sonoros, se você estiver pronto para captar e gravar este
bom material.”
KYMA O SEGREDO DE JPJ
O sistema Kyma combina uma pequena caixa, baseada em um
processador DSP, chamada de Capybara.320 Sound Computation Engine com
um software de linguagem gráfica de design de som. O Capybara.320 é
composto por uma unidade de rack com 3U’s de altura (13,5cm)
contendo 4 processadores paralelos Motorola DSP 56309 (expansíveis
até 28 DSP’s) dedicados exclusivamente ao processamento e síntese
sonora, 96 MB RAM, chips com 24 bits e dois conversores 100HHz A/D/A,
expansíveis até oito. Ele suporta um adicional de 2 até 12 cards
de expansão ou slots independentes, cada um com mais dois chips
Motorola DSP e 48 MB RAM o que proporciona um total de 672MB de
sample RAM. O analógico I/O é proporcionado através conectores XLR
(inputs clip em +14dBu, output Max em +14,5dBu). Em 48KHz, os inputs
analógicos possuem 105110dB SNR e 107 dB de alcance dinâmico. O
digital I/O é AES/EBU em conectores XLR, sendo que o pacote básico
oferece um par de adaptadores S/PDIF. O dispositivo também contém
word clock e house sync inputs, VITC e LTC in e out, além de MIDI
in/out/thru. Pode-se adicionar um módulo de áudio de 4 canais I/O
no chassis do Capybara.320 completando um total de 8 canais de I/O
analógico e digital. Por ser instalado fora do computador ele está
completamente isolado de ruídos indesejáveis de rede e fonte. Um
cartão PCI conecta o Capybara.320 ao computador. O usuário poderá
optar por um cartão PCMCIA para conectar a unidade a um laptop. O
Capybara.320 proporciona a energia necessária para gerar os sons e
processamento de sinal que você desenha em seu PC ou Mac enquanto
corre o Kyma. De fato, o sistema todo é um hardware acelerador de
sintesi virtual que emprega dúzias de métodos diferentes para
sintetizadores, samples, processamento de sinais, comandos MIDI, etc,
tudo em absoluto tempo real!
Como com qualquer sintetizador de software o usuário é quem
determina a sonoridade final em qualquer complexidade usando centenas
de geradores ou algoritmos de processamento de sinal que o Kyma
contém. A diferença entre o Kyma e os outros softwares do ramo,
tais como o Propellerhead Reason, está exatamente aí, na enorme
gama e alcance de funções que o sistema oferece. Acima de 300
algoritmos editáveis, chamados de protótipos, podem ser combinados
em quaisquer formas sem a restrição de quantidade destes algoritmos
ou modo como eles podem ser arranjados e intercambiados. Pode-se
assinalar program changes para troca de sons, usar qualquer
informação para controlar um parâmetro de som e construir uma
livraria pessoal de patches, com isto. Para quem preferir, mais de
1000 exemplos de fábrica estão prontos e à disposição em
diversas categorias economizando horas de trabalho. Cada som tem seu
próprio Virtual Control Surface onde você pode ajustar parâmetros
em tempo real. Mudanças de parâmetros tomam efeito imediatamente, o
que proporciona alta resposta e controle acurado de tempo sobre cada
aspecto do sinal de áudio. Cada algoritmo possui início e fim
demarcados, e podem ser modificados, adicionados, deletados
parcialmente, re-posicionados, sintetizados e processados
indefinidamente. Como exemplo pode-se endereçar cada compasso do
sinal do instrumento representando um processamento de efeito
diferente, com cada efeito começando em tempos diversos, indo para
diferentes outputs e com fade outs aleatórios. Pode-se criar efeitos
nunca imaginados além dos conhecidos.
O número de tracks também é ilimitado. Para mixagens usando o
próprio programa Kyma pode-se optar em momo, estéreo, quad setup e
surround 5.1. ou aspecto a ser notado é a flexibilidade quando se
usa este programa em palcos, ao vivo. Inserindo uma marca WaitUntil
obtém-se uma liberdade para mover o track à frente, sem ter que
clicar o track. O programa permite arrastar os parâmetros de
variação de tempo usando o comando Controller Editor, ou gravar
movimentos de fades via MIDI, extrair uma freqüência ou amplitude
de envelope do sinal de áudio e usar isto como um controlador real
time.
Para se ter uma idéia de processamento imagine que com o pacote
básico pode-se tocar em tempo real um Vocoder de 66 bandas, executar
síntese aditiva com 192 parciais em forma de onda, cada qual com sua
própria freqüência e amplitude de envelope e com qualquer número
escolhido de breakpoints, ou gerar nuvem de síntese granular de 93
formas de onda, além de 60 vozes independentes de samples. Por outro
lado no sistema completo pode-se chegar a 600 bandas de Vocoder em
tempo real, 1743 parciais de síntese aditiva, 837 formas de onda
independentes de síntese granular e 545 vozes de samples. O software
vem em CDRom e inclui o programa Kyma (em versões para ambas as
plataformas Mac e PC) 1000 patches de exemplos, 150MB de samples e
manual em extenso arquivo formato PDF.
MAS O QUE ISTO TUDO TEM A VER COM O CONTRABAIXO?
Tudo! Se analisarmos pelo prisma de que John Paul Jones utiliza
este sistema em seu setup e as sonoridades obtidas são fantásticas.
Nada! Se, por outro lado, você nunca tiver a chance de experimentar
algo como isto em seu baixo. O que podemos traçar aqui é exatamente
a evolução dos equipamentos e neste caso específico de um software
que pode ser usado para processar sinais de contrabaixo em
virtualmente qualquer outro som que se quiser.
Sistema mínimo requerido para rodar o Kyma
MAC: Power Mac/OS; 32/64 MB RAM; OS 7.05; NuBus ou PCI/PCMCIA
slot.
PC: Pentium 120; 32/64 MB RAM; Windows 95/98/ME; PCI/PCMCIA slot.
Analógico I/O 4 entradas XLR balanceadas (expansível até 8)
Digital I/O 2 XLR stereo AES/EBU ou (2) RCA stereo S/PDIF
Outras conexões MIDI In/Out/Thru; (1) BNC word-clock input; (1)
BNC house sync input; (1 pr.) RCA VITC I/O; (1 pr.) RCA LTC I/O
Nível de Saída +14.5 dBu
Nível de entrada +14 dBu
Resolução 24-bit
Processamento interno 24/48/56 (algoritmos dependentes)
Sample Rates All standard rates from 32 to 100 kHz
Dynamic Range (A/D)/(D/A) 110 dBA/107 dBA
Freqüência de resposta 20 Hz-20 kHz (+0.04/-0.26 dBu @44.1 kHz)
Impedância de entrada 10 k
Crosstalk -110 dB
Nível de ruído (A/D)/(D/A) 110 dB/105 dB
Tuning Resolution 0.0026 Hz
Protótipo de algoritmos >300
Presets de fábrica >1,000
Dimenssões 3U × 16.5" (D)
Peso 6.5 Kg, aproximadamente
e-mail: info-kyma@symbolicsound.com
site: eb http://www.symbolicsound.com/